segunda-feira, 28 de maio de 2012

Mexendo o angú. De novo.

Aos leitores do blog... Cá estou de volta. O limbo me fez bem....E blá, blá, blá...

Muita enrolação... Hora de produzir novos textos.

Aguardem. 

segunda-feira, 5 de março de 2012

BIG FISH e o PÓS-MODERNO

* Danna Belle

Néstor García Canclini afirma “O pós-modernismo não é um estilo, mas a co-presença tumultuada de todos, o lugar onde os capítulos da história da arte e do folclore cruzam entre si e com as novas tecnologias culturais.”  (Culturas Híbridas - estratégias para entrar e sair da modernidade). Tim William Burton, cineasta norte-americano essencialmente pós-moderno, demonstra muito isso em seu filme Big Fish.


A verdade se funde com a fantasia narrando uma vivência de um pai com seu filho. Edward Bloom conta a seu filho desde crianças suas histórias, cada palavra que ele diz representa magia de um mundo hiper-real, característica do pós-modernismo. Will Bloom adora os contos do pai na infância, mas com o passar dos anos vai perdendo a magia e começa a desacreditar em seu pai.




Edward é um típico homem pós-moderno, valoriza a arte e nos personagens de seus contos destaca emoção, cria novas formas banindo o referente. Burton também usa desta linguagem pós-moderna através do maravilhoso trabalho com a estética de formas atraentes e suas cores, seduzindo ao público a acreditar em cada detalhe. “Linguagem nova quer dizer forma nova, não imitativa (...) um jogo com formas inventadas”, afirma Jair Ferreira dos Santos em O que é Pós-Moderno.

Filme apoiado em um simulacro representa a marca pós-moderna no cinema, mostrando o que Jair dos Santos chama de “tecnociência”, ciência unida a tecnologia. Burton trabalha com a técnica stop-motion, juntando pessoas e recursos computadorizados. O cineasta afirmou em entrevista “Acho que a imagem gerada por computador funciona para algumas coisas. Não dá para fazer certas coisas sem isso.”

Will completa o cenário moderno representando a família nuclear, chamada assim pelo escritor de O que é Pós-Moderno, onde marido, mulher e filho vivem isolados em um apartamento. Porém demonstra seu lado pós-modernista quando o pai está internado a ponto de morrer. O filho realiza o sonho de seu pai, contar histórias tão bem quanto ele, tornando assim reais. Tornando o real mais intenso e bonito.


Nomeado como Melhor Filme de Fantasia no Staum Business Awards; no British Academy Film Awards, foi indicado como Melhor Design de Produção e Melhores Efeitos Visuais. Nomeações concedidas devido a característica do pós-moderno, grandes efeitos especiais e nostalgia do personagem remeter ao seu passado brilhante, estando no fim do filme perto do final de sua vida.

Descrição perfeita do “nouveau roman” demonstrada na recuso do enredo com começo, meio e fim. Edward perto do fim da vida começa a contar o início de sua história. A ordem temporal e espacial dos acontecimentos é embaralhada durante a narração. Segundos após aparecer Will em seu casamento ele conta a história de sua infância. Apresentando outro ponto, o uso de vários narradores.

De um modo geral o filme apresenta uma descrição do novo romance feita pelo Jair dos Santos “Mistura realidade, sonho, delírio, para criar um clima de incerteza”. O personagem-heroi envolvido com aventuras, um toque de mistério e muita bravura, durante o início e meio do filme, encerra o filme em seu velório com uma bela mensagem moral. E enorme valorização do olhar de uma câmera cinematográfica assim como todo o filme.

* Aluna do curso de Jornalismo da Universidade de Cuiabá (UNIC). Texto Produzido para a disciplinas Teorias da Comunicação II, ministrada pelo professor Rafael Marques.