segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A HIPERREALIDADE DE JEAN BAUDRILLARD E O CASO NARDONI - Parte 2

* Denise Soares
Douglas Carvalho
Franciele Cela
Reinaldo Fernandes

TV e simulação: o caso Nardoni

Nas análises sobre os meios de comunicação, Baudrillard sempre deu destaque especial à televisão, a qual, segundo ele, através da produção exagerada de imagens, signos e mensagens, originou o “mundo simulacional”. Esta é intimamente relacionada com os significantes desconexos e com uma realidade totalmente estetizada no qual há uma perda da noção de realidade concreta. Neste mundo, as técnicas para produzir ilusões são sofisticadas (exemplo, a realidade virtual), através delas os indivíduos mudam de código muito rapidamente, anulando toda e qualquer relação com o passado.


O poder de dominação, de fascínio, de hipnotização da televisão sobre os indivíduos, é expresso em seu dizer irônico que “a imagem do homem sentado, contemplando num dia de greve sua tela de televisão vazia, constituirá no futuro uma das mais belas imagens da antropologia de nosso século”. Entendia os meios de comunicação de massa como veículos do fascínio bruto do ato terrorista, ou seja, na medida em que caminham para o fascínio são eles próprios terroristas, são manipuladores em todos os sentidos (uma vez que carregam consigo o sentido e o contra-sentido). Afirmou sem impossível encontrar um bom uso dos media, em suas palavras: “ele não existe”.

A mídia interfere em tudo o que acontece, mas é necessário definir onde essa interferência tem relevância e onde não altera a realidade. 
O casal Nardoni: do privado ao público.
Questão de justiça que se tornou espetáculo midiático.
 Conforme um artigo publicado no Observatório da Imprensa intitulado “O caso Nardoni e o novo fenômeno midiático da classe C” pode-se verificar como a mídia tem o poder de tornar um fato mais conhecido e sensibilizado:

A condenação do casal Nardoni é um bom exemplo disto. O julgamento dos acusados foi um espetáculo midiático onde os grandes protagonistas não foram os jornalistas, mas o público que ficou do lado de fora e os participantes do júri. Enquanto na fase das investigações, logo após o crime, a imprensa foi determinante na definição de ênfases, no julgamento ela se limitou a armar o palco. (CASTILHO, 2010).

O público viu o julgamento como se fosse um reality show, com muito drama e confusão. Muitas pessoas foram até o fórum para acompanhar mais de perto. Toda essa movimentação deu audiência às emissoras de TV, principalmente com a classe C.

A classe C é o grande filão de público para a TV aberta porque a população com maior renda já migrou para a TV a cabo ou para a internet. Foi a classe C que esteve na origem do fenômeno midiático dos Nardoni. É bom lembrar que tudo começou quando, há dois anos, a TV Record apostou na cobertura do crime e conseguiu uma empatia imediata da classe C. (CASTILHO, 2010).

O caso Nardoni se tornou uma estratégia comercial. Mas o público ficou confuso e não teve a chance identificar o que era da natureza do caso e o que era interesse comercial da mídia, disfarçado de jornalismo.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desejo da mídia pela audiência chega a um nível em que a realidade não é suficiente. Há a necessidade de criar uma hiperrealidade, e no fim essa simulação do real se torna o real. É muito mais fácil acreditar no que os meios de comunicação divulgam sem analisar do que investigar para ver se de fato o que é exibido pelos meios é verdadeiro, se não passa de um simulacro.

O simulacro está muito presente na sociedade, chegamos ao ponto em que não sabemos o que é a realidade e o que é criado. Uma situação simples torna-se um monstro e muitas vezes não é real, não passa de uma verdade inventada.

É de extrema importância saber diferenciar o real do hiperreal, saber o que acontece ao nosso redor e ver se não há alguma influência que altere as noticias e acontecimentos decorrentes ao dia a dia.


REFERÊNCIAS
 
BAUDRILLARD, J. Simulacros e simulações. Lisboa: Relógio d'Água, 1991.

CAMERON, J. Avatar. (Produção cinematográfica). 2010.

CASTILHO, A. O caso Nardoni e o novo fenômeno midiático da classe C. Disponível em: <http://www.observatoriodaimprensa.com.br/blogs.asp?id_blog=2&id=DC41BB15-AEAA-4562-BB01-1496EC840FAC> Acesso em: 02 de Maio. 2010.

GIRON, L. A. Jean Baudrillard: A verdade oblíqua. (Entrevista). Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT550009-1666,00.html> Acesso em 02 de Maio. 2010.


 * Acadêmicos do 4º semestre de comunicação social - habilitação em Jornalismo da Universidade de Cuiabá (UNIC). Trabalho produzido na disciplina de teoria da comunicação II, ministrada pelo Professor Mestre Rafael Marques.

A HIPERREALIDADE DE JEAN BAUDRILLARD E O CASO NARDONI - Parte 1

* Denise Soares
Douglas Carvalho
Franciele Cela
Reinaldo Fernandes

INTRODUÇÃO E REFERENCIAL


É perigoso desmascarar as imagens já que elas dissimulam que não há nada por detrás delas” (BAUDRILLARD, 1991, p. 48)


Este artigo foi realizado a partir de aulas de Teorias da Comunicação II. Tem por objetivo analisar o conceito de Simulação e Simulacros, desenvolvido por Jean Baudrillard (1991), no ambiente televisivo brasileiro. Para iniciar, há uma breve explanação sobre o conceito de hiperrealidade conforme a concepção do filósofo para adentrar à analise do “Caso Nardoni” e sua exposição nas emissoras de televisão Globo e Record.

O conceito de hiperreal foi postulado pelo sociólogo e filósofo francês Jean Baudrillard no livro Simulacros e Simulação, lançado no ano de 1981. O pensamento desenvolvido por Baudrillard sobre a sociedade pós-moderna causou polêmica, agregou admiradores e transformou o seu autor em referência entre aqueles que têm a sociedade pós-iluminista como objeto de estudos. Em suas análises, Baudrillard dispensa estudos sistematizados para dirigir o raciocínio em direção de uma teoria irônica que tem por fim formular hipóteses, possibilitando revelar aspectos impensáveis.

Para ele, a realidade pós-moderna é um simples reflexo e simulação daquilo que outrora pôde ser chamado de real (verdade). De tanto, Baudrillard compara o real momento a uma múmia que é puramente um objeto empanado de algo já fora humano. O que se vê é apenas um esboço representativo de um povo, de um tempo e lugar já perdido. Ou seja, o que é atualmente apresentado como verdade é apenas uma simulação de algo que foi real. Como ilustração, o sociólogo estabelece definições diferentes entre o fingir e o simular. Na concepção de Baudrillard, o ato de fingir não altera a realidade. É uma farsa na qual o ator principal está consciente de sua encenação. Pode-se fingir estar doente se comportando de forma de induza ao estado débil de saúde. “[...] Cria-se a geração pelos de um real sem origem e sem realidade: hiperreal” (BAUDRILLARD, 1981, p. 76).

A criação deste hiperreal se dá pela ausência de um referente, o que torna possível a constituição de uma sociedade que tem como base algo denominado. Segundo Baudrillard, “já não se trata de imitações, nem de dobragem, nem mesmo de paródia. Mas de uma substituição no real dos signos do real”. Antes, as referências eram baseadas em algo concreto, elementos de um mundo tangível. Ao contrário da atual realidade. Aqui o signo não é uma extensão do real, mas, sim, posa em substituição a ele.

Para exemplo podemos citar atual e recente evolução presenciada no núcleo cinematográfico. A nova tecnologia apresenta no filme “Avatar” (CAMERON, 2009) ilustra de forma clara a quebra da barreira entre o físico e virtual. O ambiente do filme transcorre ao longo de dois cenários onde um deles existe e inexiste ao mesmo tempo (N’avi), projetado pelo imaginário de alguém. Porém, este mundo situação fora do alcance geográfico pode ser atravesso pelo mundo físico que pertencemos.
Avatar: hiperrealidade e sedução.
Pandora, um mundo mais real que o mundo real.
A transferência para o habitat dos N’avis é possível através meios tecnológicos quais te possibilitam superar eventuais limitações físicas. Os simulacros são experiências, formas, códigos, digitalidades e objetos sem referência que se apresentam mais reais do que a própria realidade, ou seja, são “hiper-reais”. Conforme o autor “[...] a simulação já não é a simulação de um território, de um ser referencial, de uma substância. É a geração pelos modelos de um real sem origem nem realidade: hiper-real”. (BAUDRILLARD, 1991, p.08).

Assim, Baudrillard entendia nossa condição como a de uma ordem social na qual os simulacros e os sinais estão, de forma crescente, constituindo o mundo contemporâneo, de tal forma que qualquer distinção entre “real” e “irreal” torna-se impossível.

Portanto, vivemos em uma nova fase da história, em um novo mundo organizado em torno de simulacros e simulações, no qual somos alcançados, ininterruptamente pelo jogo de simulacros, o que transforma radicalmente nossas experiências de vida, destrói os sentidos e as significações, e esvazia completamente o conceito de realidade.

Sob este aspecto, Baudrillard (1991, p.45) destaca como força constitutiva por excelência do jogo de simulacros, os meios de comunicação. Ele enfatiza que “[..] temos que pensar nos media como se fossem, na órbita externa, uma espécie de código genético que comanda a mutação do real em hiper-real”.

Simulacro significa originalmente um objeto material que representa algo (como um ídolo que representa uma divindade, ou uma natureza morta pintada de uma bacia de frutas). No livro “Simulacros e Simulação”, Baudrillard discute a problemática relativa à morte do referente e consequentemente do que ele define como “real”.
Jean Baudrillard: 1929 - 2007
A simulação se dá na ausência da polaridade dialética. Este cenário é favorável a processos de manipulação da sociedade, não pela presença da passividade dos indivíduos envolvidos, mas pela indistinção entre os papéis – ativo e passivo. Caminha-se, nesse contexto, à implosão do sentido. A um processo em que a informação anula o próprio conteúdo das mensagens e novos modelos são criados, não mais a partir do real, mas para substituir a realidade.

Assim, tanto a comunicação como o social, funcionam em circuito fechado, como um logro – ao qual se liga a força de um mito. A crença, a fé na informação agarra-se a esta prova tautológica que o sistema dá de si próprio ao redobrar nos signos uma realidade impossível de encontrar.

Simula-se a comunicação e o sentido dela proveniente. Obviamente que dentro dessa perspectiva os meios deixam de produzir a socialização.

O simulacro, portanto, vale por si só como uma cópia sem modelo. Por exemplo, o desenho animado Betty Boop foi baseado cantora Helen Kane. Kane, no entanto, chegou à fama imitando Annette Hanshaw. Hanshaw e Kane terem caído em relativa obscuridade, enquanto Betty Boop continua sendo um ícone da língua.
Betty Boop: os humanos morrem e  
os signos são eternos?
A enciclopédia online Wikipedia em si pode ser vista como um grande experimento de campo em larga escala na propagação de simulacros. É notável que muitas páginas contem factóides sobre o significado das palavras no contexto fictício de filmes populares, vídeo e jogos de papéis, clichês normalmente derivados à imitação de outros, como ficções. Por exemplo, o filme de 1999, Matrix, explora a relação entre as pessoas e seus simulacros, e em mais um exemplo de auto-referência Neo, um dos personagens principais do filme, usa uma cavada cópia do Simulacro Jean Baudrillard e de simulação como um segredo armazenado.




Na medida específica para a ficção científica é o andróide que se destina especificamente para representar outra criatura (geralmente um ser humano). Muitas histórias que incluem partes Simulacro vários temas em comum:

• Simulacros são cópias sempre imperfeitas;

• Simulacros são distinguíveis do original, porque elas são baseadas em uma forma idealizada do que foi copiado;

• Há um desejo por parte do simulacro, quer ser mais parecido com o original (ou seja, Pinocchio), ou para substituir o original (ou seja, Doppelgangers)

No filme Blade Runner, andróides construídos na imitação dos seres humanos são banidos do planeta Terra, ainda retornam a Terra em busca de seu criador. Na esperança de ter seu pré-encerramento programado desfeito. Os andróides não são cópias de seres humanos reais - todos os quais, no filme, têm defeitos.
Blade Runner: o caçador de andróides (1982)
Direção: Ridley Scott
 Existem três ordens de simulacros:

(1) simulacros naturais, naturalistas: com a imagem, imitação e contrafação. Eles são harmoniosos, otimistas, e têm como objetivo a reconstituição, ou a instituição ideal, de uma natureza à imagem de Deus;

(2) simulacros produtivistas: com base na energia e força, materializada pela máquina e todo o sistema de produção. Seu objetivo é prometiano aplicação à escala mundial, a expansão contínua, liberação de energia indeterminado (o desejo é parte das utopias que pertencem a esta ordem de simulacros);

(3) simulacros de simulação: com base nas informações, o modelo, o jogo cibernético. Seu objetivo é a operacionalidade máxima, hiper-realidade, o controle total.

Não existe um real e não imaginário, exceto a certa distância. Atualmente, a partir de uma ordem de simulacros para o outro, estamos assistindo a redução e absorção dessa distância, dessa separação que permite um espaço ideal para a projeção ou crítico.

* Acadêmicos do 4º semestre de comunicação social - habilitação em Jornalismo da Universidade de Cuiabá (UNIC). Trabalho produzido na disciplina de teoria da comunicação II, ministrada pelo Professor Mestre Rafael Marques.

domingo, 29 de agosto de 2010

ESTAMOS AQUI... NO RIO CUIABÁAAAAAA...

Momento descontração. Mas tem um propósito.

Vejam atentamente e depois voltemos a conversar...


Pronto. Já relaxaram? Riram? Não? Não os culpo. É tosco mesmo. Mas vamos pensar...

Trata-se de um vídeo mais velho que andar para atrás. Eu e minha amiga Layla fizemos em meados de 2008, à caminho de um evento da UNE. A idéia era só uma brincadeira, mas a interpretação, não.

Surgiu em uma efervecente manifestação no curso de Comunicação Social da UFMT, quando eu era graduando em jornalismo. Na época, algum salafrário tinha roubado uma câmera de grande valor para o curso, e estávamos putos com aquilo. Fomos cobrar da reitoria mais segurança no Campus. Cada um criou uma personagem. Contávamos com o apoio de vários professores, como IURY (é assim que escreve o nome dele?), hoje na UNIRONDON e Emanuel, hoje, colega de UNIC.

Era um protesto criativo, sem quebra-quebra.

Conversamos. Atraímos a imprensa. No fim conseguimos o que queríamos. Daquele momento em diante, a segurança na UFMT mudou radicalmente. Para o bem e para o mal.

Lembram daquela frase popular "Cuidado com o que desejas... Pode vir a ser-te concedido"? Pois é. Se de um lado, a segurança melhorou, do outro surgiram questões polêmicas. Câmeras de vigilância, a polícia militar no campus... A opinião dos estudantes se dividiu. Michel Foucault foi invocado do túmulo. Seu livro Vigiar e punir era citado constantemente, como forma de legitimar a opinião de que as câmeras e o policiamento eram uma forma de controlar os estudantes.

Por outro lado, um movimento iniciado pelo Núcleo Interinstitucional de Estudos sobre a Violência e a Cidadania (NIEVCi) debatia e articulava políticas públicas sobre esta questão, tanto na universidade como nas escolas públicas do estado.

Um bom debate. Mostrou que a comunidade acadêmica era humana. Sim. Humana. Facilmente cooptada por ideologias e imersa na dimensão do senso comum. Deuses caiam dos altares. Humanos se sentiam divindades. Anarquistas faziam anarquices...

O interessante foi o questionamento. Foi o debate sobre questões interssantes, de interesse coletivo. Teve muita cretinice e autores sendo interpretados de forma pseudo-concreta? Teve. Mas também muito senso crítico.

Façamos isso. Vamos questionar e pensar. Primeiro a nós mesmos. Depois aquilo que se refere à teia que forma o tecido social. Sejamos críticos verdadeiramente, analisando friamente se determinada postura ou idéia que consideramos como nosso motor não passa de uma meia-verdade oriunda de maquinações de outrem.

Muitos falam que aqueles os acreditam nas falas de indivíduos que usam a mídia como trampolim para a política são alienados. Primeiro, acredite, todos o somos. A auto-crítica, a ironia e o humor são excelentes ingredientes terapêuticos para nossos recalques e para os mal-estares da contemporâneidade.

O palhaço zumbi: antropofagia circense. Rebelde e amargurado com a sociedade,
não assume que come o pão e atua no circo. Será que se ele começar a
rir de si mesmo, não acharia graça no mundo?
Cada um tem suas alienações particulares, seus vícios e virtudes. Relativizar todo este complexo nos amplia o campo de visão. O comunicador social deve estar ciente desta dinâmica, sobretudo em tempos pós-modernos, quando tudo é fluído, instável e incerto.

Na pós-modernidade a verdade é como a erva de chimarrão: verdinha e quente, na forma de infusão, ajuda a quebrar cáculos renais. Mas depois, descartada no lixo, toma a aparência de esterco bovino. Este, aliás, ótimo adubo para plantas. E como já dizia o poeta de boteco: é falando merda é que se aduba a vida...

E viva o Amendoim!

A JUVENTUDE EM 2014, ENTRE DILEMAS E PERSPECTIVAS

Por *Eilson Castro

Em Cuiabá, muito tem se falado na Copa do Mundo. Este talvez seja o momento mais importante da Cidade e de Mato Grosso. Chegou a hora que muitos esperavam, para solucionar diversos problemas, desde a falta de água, esgoto, segurança, saneamento básico e entre outros.

Há agora dinheiro, para as “obras”. Um novo estádio vai ser construído. O turismo será alavancado, o matogrossense herdará uma infraestrutura jamais sonhada por nossos atletas e incentivadores do esporte local.

Parte desse avanço é devido ao pantanal, pois sediaremos a “Copa do Pantanal”. Teremos a divulgação de nossa região, em seus diversos aspectos, principalmente no meio ambiente.

Porém, é importante destacar que todos debatem os milhões e bilhões que virão a Cuiabá. As obras são o centro da atenção, porém pouco se discute do aspecto humano desse evento.

A pergunta que deixo é: O que a Copa do Mundo de 2014 trará para a população de Cuiabá?  
Chico Xavier já sabia: vamos colocar a mão na consciência!
(Anedota inserida pelo autor do blog e que não reflete
necessariamente a opinião do autor deste texto)
Muito em obras, serviços, turismo e entre outros, todos pensam assim, porém temos de ir adiante. Não temos dúvidas de que a copa trará muitos empregos. Mas, por exemplo, quem serão os “interpretes” que trabalharão aqui? Possuímos hoje essa mão de obra formada? Ou será que 2014 servirá para fomentarmos o ensino e a aprendizagem de “línguas estrangeiras” aumentando o capital cultural de nossa população?

E no período pós – Copa, o que farão esses novos interpretes? Desperdiçar o conhecimento adquirido, ou serão aproveitados em seu potencial criativo. Este é o debate que esse texto pretende lançar. Precisamos preparar a nossa juventude, não especificamente para a Copa do Mundo, mas ter esta como um instrumento que pode potencializar as nossas ações, e formar uma nova Cuiabá.

Mas quem serão as pessoas a serem formadas nesse processo? A nossa juventude, muitas vezes tão esquecida, que merece esse esforço e investimento.

Portanto, devemos pensar em ações permanentes em que 2014 seja o impulsionador de um desenvolvimento, com grandes obras, mas que invista na formação e capacitação continua da juventude em programas e projetos que incentivem a formação de novos postos no mercado de trabalho e absorção da nossa galera, bem como no acesso a cultura, o lazer e a saúde.

* Cientista Social, professor de Sociologia do Ensino Médio na rede pública de ensino em Cuiabá e colaborador deste blog.

sábado, 28 de agosto de 2010

QUALIDADE DE VIDA?

Ando pensando sobre esta questão nos últimos dias. (Sim, ando. mas às vezes fico parado no ponto de ônibus).

1) Calor cuiabano absurdo;

2) Umidade do ar mais baixa que a do Deserto do Atacama, no Chile;

3) Fumaça proveniente das gigantescas queimadas em nosso estado;

4) Ônibus superlotados e que atrasam

5) Desespero pela falta de tempo...

MÁQUINA DO TEMPO. Cuiabá, ano de 2014. Emagreci um pouco.
Vejam minha alegria ao acompanhar ao vivo um jogo entre Japão e Tunísia.
Em nossa sociedade, do alto dos tempos contemporâneos as pessoas pensam mais em si mesmas que em questões coletivas.

Pensam mais em dinheiro, do que em saúde. Candidatos falam sobre hospitais, mas não falam sobre prevenção, e qualidade de vida.

Estamos ficando doentes por causa da mentalidade coletiva que se foca unicamente no sistema financeiro.

Dinheiro é importante, mas se não tivermos um tempinho para curtir as pequenas coisas da vida, para pensar e respirar estaremos apenas existindo como zumbis.

O ócio criativo, conforme de Domenico De Masi é essencial para sermos humanos integrais, quem sabe emancipados.

Nesta lógica, somos apenas parte das massas. Temos que questionar. Mas questionar primeiro nossa própria postura.

Tenho qualidade de vida?

Algum candidato a algum cargo público nestas eleições tem como proposta garantir qualidade de vida para a população?

Pensemos sobre isso... E logo. Caso não façamos isso acabaremos mumificados em vida. Mortos-vivos, esqueletos cristalizados em um deserto seco de pensamentos. Corpo inerte, adormecido no pó de quartzo. Mente presa (ou alma para os mais religiosos) capturada em um simulacro espetacular.

E viva o amendoim!