quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Se a Vida a Mim Tentassem Ensinar

Soneto de tragédia

*Rondon de Oliveira

Se a vida a mim tentassem ensinar
Sairiam despreocupados. Bem finjo,
Finjo que aprendo e ensino. É tanto engajo
que tudo que existe ouso ministrar.

Caso desde o começo, francamente
mostrar simplicidade de viver...
De ora o coito, cultivar e morrer,
E não criar mentiroso semblante...

Como não inventar? e o passa-tempo
morrer-se-ia assim, sem o tempo passar?
Tempo e Morte. Modifico o pensar,
Amarei longe de tudo, no campo.

Vida tem valor demais, mas preparo:
nossa morte é um preço muito caro.

Cuiabá, 28 de setembro de 2010

* Aluno do 2º semestre do Curso de comunicação Social - Jornalismo, da Universidade de Cuiabá (UNIC), Poeta e membro da cena gótica de Cuiabá-MT.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

TEORIA MATEMÁTICA DA COMUNICAÇÃO ou TEORIA DA INFORMAÇÃO

Trabalho avaliativo do curso de Propaganda, primeiro bimestre da disciplina Teorias da Comunicação I: Teoria Matemática da Comunicação. Vídeo produzido pelos alunos 2º semestre:

Joefferson Martins
Marcos Antônio
Mélker Rúbio
Taciane Letícia
Tayná Meirelles
Vanessa Oliveira
* Integrantes da Equipe Produção Ehh Massa!)



Bom trabalho. Interessante perceber que com um pouco de boa vontade e criatividade nossos futuros publicitários extrapolam os limites de um trabalho comum. Isso se chama IMPLICAÇÃO.

E viva o amendoim!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

"PIERRE BOURDIEU ERA UM GRANDE TROLL, VIU?!"

O título deste post é de autoria é de meu aluno @DouglasTrielli, do 4º Semestre de Jornalismo da UNIC. Manifestação da mais pura compreensão dos conceitos apreendidos mediante leitura do livro Sobre a televisão, do nosso amigo francês Pierre Bourdieu.

Fiquem tranquilos. Vejam a cara de satisfação do nosso querido Bourdieu, quando o mesmo viu as questões da prova de Estudos do Contemporâneo que será aplicada nesta Quarta-feira:
Bourdieu: Excelentchy!!!
ADOGO JORNALISHHHTASHHH... =)
TENSO. Aguardem cenas dos próximos capítulos.

Boa noite e até amanhã jovens padawans...

E viva o Amendoim!

PS: Link do 4shared para download da versão digital do polêmico livro, no link abaixo:

VIOLÊNCIA E EDUCAÇÃO: breves notas

* MARQUES, Rafael Rodrigues Lourenço

O tema violência é vasto, amedrontador e cheio de significados socialmente construídos. A história humana é permeada pelos fenômenos da violência e cada época e grupo social imprime um significado específico a este assunto. Mais do que isso, para além desta idéia coletiva acerca da violência, cada indivíduo também faz sua reflexão, a partir de seu crivo subjetivo. É portanto um objeto multi-facetado, que merece estudos a partir dos mais diversos olhares.

Uma importante perspectiva a ser assinalada é a do significado socialmente partilhado, o senso comum acerca da violência. Matta (1982) fala a maioria dos estudos feitos sobre o tema, mostram um olhar objetivo que evoca questões físicas, como agressões, brigas e confrontos, sempre em uma relação de desequilíbrio entre força e fraqueza.

Para o senso comum, a violência é mais ação do que processo. De acordo com Marques, Siqueira e Speller (2006), este pensamento que exclui o processo e retifica a ação é encontrado em muitas notícias veiculadas pela imprensa. Trata-se de um círculo de reprodução a ser rompido.

Esta dinâmica pode ser quebrada com diálogo e o exercício democrático, tomados como ações reflexivas. Na filosofia encontramos em Arendt (2001) a relação entre democracia e violência. As relações de poder na esfera pública, condicionadas ao conceito de autoridade que segundo a autora só existe mediante consentimento e apoio dos cidadãos da polis. A autoridade de “um” só pode existir se autorizada pela maioria.

Arendt (2001) afirma ainda que poder e violência são opostos, pois onde um domina absolutamente, o outro está ausente  e que a violência opera de forma recorrente onde o poder se desintegrou. Isto explica o fato de que as sociedades onde a democracia é limitada são lugares onde a violência impera como lei vigente.

Um aspecto da violência é encontrado em Costa (2002) quando este afirma que ela - a violência - é uma propriedade da cultura, ou melhor, um motor-propulsor da reprodução cultural, um dos mal-estares de nossa civilização, segundo a psicanálise.

No parágrafo acima, podemos perceber a relação entre violência e a teia social, circunscrita pela perspectiva da psicanálise. Paoli (1982) nos fala da contribuição dos saberes da psicanálise na relação entre social e indivíduo, mais precisamente da questão de um inconsciente ativo na determinação de condutas e na definição de identidade. Indivíduo desejante e sociedade se constroem mutuamente. Deste caldo, surge a cultura.

Podemos encontrar uma definição ampla de cultura em Guareschi (1982, p.122)
Um conjunto de sentidos e significações, de valores e padrões, incorporados e subjacentes aos fenômenos perceptíveis de ação e comunicação de um grupo humano concreto. Este conjunto é vivido pelo grupo e por ele assumido como expressão própria de sua realidade humano-social. É um conjunto que passa de geração para geração, conservando o que foi recebido, ou transformado, efetiva ou pretensamente, pelo próprio grupo
Uma definição mais alegórica de cultura que pode contribuir para uma reflexão acerca da questão discursiva é a encontrada em Calligaris (1997, p. 194),
[...] é fundamentalmente um fluxo discursivo, quer dizer tudo o que foi se articulando discursivamente, oralmente ou por escrito, no quadro desta cultura. (...) uma espécie de rio de palavras que vai andando e, no meio deste rio, a gente fala e pede carona. De repente, o que a gente diz só encontra significação no que vai ser dito ou no que foi dito antes. Uma cultura é isto, um enorme fluxo de produção discursiva.”
Dadas as relações entre violência e cultura, podemos refletir acerca do campo educacional. Assim como a violência, a educação possui um leque amplo de estudos e interpretações. Para delimitar e ao mesmo alinhavar os temas aqui discutidos, usaremos a definição de Kupfer (2000, p. 42). Para a autora é na escola que a criança (ou o jovem) aprende a fazer o laço social e é imersa na cultura. 
[...] o discurso da educação é justamente o que constitui e justifica o laço social, (...). Desta perspectiva, educar torna-se a prática social discursiva responsável pela imersão da criança na linguagem, tornando-a capaz por sua vez de produzir discurso, ou seja, de dirigir-se ao outro fazendo com isso laço social.          
A educação é aqui conceituada, portanto, como um discurso social que transmite a demanda social regulada pela cultura. Além disso, a educação contribui para a geração e a conservação da cultura, bem como também para a interação de culturas (IJUIN, 2005).

É portanto uma espécie de berço social, sendo permeada por discursos e relações de poderes. Um desequilíbrio entre poderes presentes no lócus escolar pode colaborar para a proliferação e massificação dos fenômenos da violência em nossa sociedade.

Violência na escola: banalização?
Para entender a sociedade, basta perceber o cotidiano da instituição escolar. Os fenômenos de exclusão social presentes em nosso país, bem como a crise educacional, citada na introdução deste trabalho, podem ser identificados na escola. Lá, a violência surge na forma de drogas, crimes e quebra de autoridade. (GUIMARÃES; DE PAULA, 1992).

Este é o contexto onde o professor, um dos protagonistas da cena escolar se insere. A identidade do professor vive um conflito tencionado. Por um lado a importância de sua função como reflexo e ponta de lança da sociedade do trabalho e por outro pela desvalorização de sua prática, seja pela má remuneração ou pela falta de condições de trabalho.

Está preso entre a figura do herói engajado e a de excluído emudecido. Entre discursos queixosos e falas idealistas. Por serem muitas vezes contraditórias, as palavras e ações do professor compreendem um vasto campo de significados a serem pesquisados e teorizados.

* Este trabalho é trecho de um futuro artigo. Ainda estou trabalhando nele... =)

domingo, 19 de setembro de 2010

PLURALIDADE HUMANA

Por Francieli Cela*
Ano eleitoral, assim se define a situação do Brasil em 2010. E como no nosso país em época de eleição não pode faltar escândalos, a mídia está cheia deles. É corrupção, quebra de sigilo bancário, telefônico e tudo mais. Mas como bons brasileiros que somos no próximo dia 03/10 vamos as urnas votar nas pessoas erradas de novo. Políticos que não se importam com a população apenas com o dinheiro. A questão é: existe pessoa certa?
Alguns acreditam que sim, que há um político que quer se dedicar integralmente ao povo brasileiro, outros acham que não, que todos são bandidos.  Nas propagandas eleitorais todos os candidatos parecem boas pessoas, humildes e solidárias com os problemas sociais. Mesmo assim, poucos acreditam na propaganda eleitoral, e muito menos assiste, a maioria desliga a TV e vai fazer outra coisa, ou quando deixa ligada, nem presta atenção.
Como já dizia Hannah Arendt, “O sentido da política é liberdade”, o problema está nas pessoas que perdem a cabeça por causa dela. A política não surge no homem, mas sim entre os homens, na sociedade. Todavia, este é um tema repudiado pelo povo, provavelmente por causa dessa sociedade corrompida pelo poder. Principalmente o poder aquisitivo, onde o dinheiro fala mais alto e a ética é para os tolos.
Para Hannah Arendt, a tarefa da política esta diretamente relacionada
com a grande aspiração do homem moderno: a busca da felicidade.
As pessoas se tornaram receosas quando o assunto é política, algumas até já desistiram de acreditar que pode mudar para melhor um dia. É um assunto que gera polêmica, embora se tenha perdido a essência da real política.
Sem dúvida sentar e esperar para ver o que acontecerá no governo é mais fácil do que agir e lutar pelos ideais, pela igualdade e liberdade, fazer acontecer, estar lá acompanhando o andamento político do Brasil. Mas como é mais fácil fazer o método mais fácil, então é só sentar e ver mais uma eleição passar e continuar sempre reclamando que o governo é ruim.
* Acadêmica do curso de Jornalismo da Universidade de Cuiabá (UNIC). Texto produzido para a disciplina Estudos do Contemporâneo, Profº Mestre Rafael R. L. Marques