segunda-feira, 16 de junho de 2014

Inversão de valores - um pouquinho de cultura pop

Quem lê Crônicas de Gelo e Fogo - ou Assiste Game of Thrones - já sabe que OBERYN MARTELL se lasca na luta contra Sor Gregor Clegane - o Montanha que cavalga.

OBERYN MARTELL é o estereótipo do herói que busca justiça. É carismático. Tem foco na Justiça. Etc.

GREGOR CLEGANE é um gigante bruto, assassino e estuprador. Vive pela sua vontade e atropela as pessoas à sua volta.

O erro de Martell foi ter assimilado a arrogância do vencedor e subestimado o monstro. Ele cantou vitória e falou demais sobre sua agenda aos demais. Quis brincar com a presa.

Toda a trama é pós-moderna. Não é algo para ser comemorado ou usado como exemplo de superação e o caralho à quatro. É subversão das clássicas tramas medievais.

Martell procurou justiça conforme as regras e se lascou, por achar que o Montanha jogava com as mesmas regras morais e éticas que ele. É um belo conto sobre o que acontece com os heróis no mundo contemporâneo, frente aos gigantes corporativos. (Viajei).

Só tem uma coisinha para aqueles que NÃO leram os livros: CLEGANE SE FERRA com o veneno do Víbora. OBERYN consegue sua vitória pós-morte, graças aos venenos que usou na lança que cortava o gigante.

CLEGANE tem um destino pior que a morte. Todo o sangue do seu corpo apodrece com o veneno e etc. Ele não morre. No final, vira um FRANKENSTEIN, um zumbi... uma marionete bizarra produzida pelo Meistre renegado lá. Só sobra o corpo. Nada de alma. Sem falar que todos os Martell agora querem um pedaço do bicho.

Moral da história: toda luta deixa cicatrizes. Às vezes é melhor morrer e perder de cabeça erguida em nome do que você acredita - sair do jogo - do que viver jogando, vitorioso, sozinho, definhando, transformado em uma mera marionete nas mãos de uma terceira pessoa, sempre com o receio de que alguém venha pela madrugada e corte a sua garganta. Quanto maior o gigante, maior é o tombo.

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